O hype do momento é a tal educação financeira; nunca fui tão bombardeada por vídeos, propagandas, spam e afins como nos últimos anos. Minha grande questão é: esqueceram as crianças?
Confesso que na minha juventude não tive muito acesso a este tipo de conteúdo, no máximo uma matéria da finada revista Capricho sobre como gastar bem a mesada ou como juntar dinheiro para torrar tudo com maquiagem e roupas (da moda?). O problema é que eu não tinha o principal: MONEY!
Me lembro que quando tinha uns oito anos aprendi na escola a contar dinheiro e preencher um cheque, foi o máximo! Sonhei até em ser economista um dia mas depois que comecei a trabalhar e observar o setor financeiro parei com essa ideia rapidinho.
Se "dinheiro na mão é vendaval", dinheiro na mão de criança é brinquedo inútil, joguinhos enjoativos e doces caros.
Educação financeira precisa começar da base, dos mais novos até os maduros. O mercado se movimenta de forma a tornar os pais grandes fontes de renda para alimentar pequenos grandes consumidores vorazes; tão ruim quanto rogar uma praga para toda a próxima geração quanto ensiná-los a gastar sem prepará-los para ganhar.
Um hábito - e talvez o único - que admiro nos judeus é que desde muito cedo ensinam aos filhos o valor do trabalho e do dinheiro. Suas bases são formadas para empreender, investir com prudência e gastar somente o necessário.
Aqui em casa temos um sistema de pagamento de mesada que funciona. Aos 7 anos comecei a dar R$10,00 por semana para a Cecília, valor que ela guardava num cofrinho em forma de urso e no aniversário escolhia algo interessante para gastar. Hoje aos 9 anos, mudamos para a técnica dos 3 potes mas nossos potes consistem em CURTO, MÉDIO, e LONGO prazos, ou seja, ela divide o dinheiro em 50% para o pote de curto prazo, 30% para o pote de médio prazo e 20% para o pote de longo prazo. As datas para utilizar o dinheiro são aniversário, dia das crianças e natal.
Conforme chegam as datas o dinheiro vai trocando de potes, assim a data mais próxima (curto prazo) fica com o valor maior e assim que o dinheiro é utilizado passa-se o valor do médio prazo para o curto e o de longo prazo para o médio.
Parece complicado mas na realidade é muito simples, objetivo e tem rendido frutos. Alio a técnica dos potes com jogos financeiros como Banco Imobiliário (Estrela) e Administrando Seu Dinheiro (Pais e Filhos) e Cashflow (Robert Kiyosaki - App) e através de minha experiência profissional consigo sanar possíveis dúvidas sobre o mercado.
Gostaria de finalizar este post com uma frase do mega investidor Warren Buffett "Quero dar a meus filhos bastante dinheiro para que possam fazer o que quiserem, mas não dinheiro o bastante para que não façam nada".
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